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terça-feira, 31 de maio de 2011

Preconceito contra a mulher?

Se fosse solicitado para homens e mulheres denominarem dois adjetivos ao seu sexo oposto, provavelmente alguma resposta ou mesmo a maioria delas incluiria palavras como:
 

Para elas: sensíveis, carinhosas; para eles: fortes, protetores.  Percebe-se desde já um estereótipo de que a mulher, sendo uma “donzela” sensível, fraca e submissa precise de um homem que a proteja, que a sustente e lhe pertença. Parece ser exagero denominar tais qualidades a funções tão restritas. A mulher foi vista diante de certas culturas como a dona de casa que cuida dos filhos e que apóia o marido em qualquer situação. O homem, o “chefe” da casa, seria aquele disposto a cuidar da família e de sustentá-la da melhor forma possível. Até hoje no Brasil, os indícios desta classificação podem ser observados.

O preconceito das próprias mulheres daquela (e mesmo em alguns pontos, desta) época, ao criticar e desacreditar que pudessem ser ou fazer algo mais do que o trabalho doméstico acabava por ser o maior motivo da permanência de tal idéia. Além destas, ainda existem desigualdades maiores como a diferença salarial entre homem e mulher diante do mesmo trabalho, da falta de participação feminina na política governamental, do “perigo constante da mulher no volante”, do homem que “não serve para a cozinha”. Mesmo em pequenos comentários, piadas e pensamentos realizados pelos dois sexos, o “ideal machista” acaba por prevalecer ainda na atualidade.

Antigamente era feminismo radical acreditar que tais ações pudessem acontecer, pois geralmente a mulher que usava calças era alguém que invejava o homem e não encontrava um “lugar” para si na sociedade. Muito menos era de se imaginar que ela “dominaria o mundo” (com todo o sarcasmo). Porém, verificam-se também algumas mudanças, como a troca de atividades entre os gêneros, uma maior independência da mulher e a crescente vaidade do homem. A partir disto, o espaço conquistado pela mulher (que não deve ser comemorado porque tal espaço deveria existir desde o princípio) aumenta os olhos vistos. Acontece em razão dessas mudanças uma nova formação estrutural da família, do papel do pai, da mãe e dos próprios filhos. A visão de gênero vai sendo reformulada a cada geração, conforme o caminho traçado em busca da “igualdade”. Entrando em contradição novamente, pergunta-se: qual o problema daqueles adjetivos já citados anteriormente?

A mulher pode sim, ser uma “donzela”, pronta a esperar pelo seu protetor (seja ele homem ou mulher). Ainda existem e continuarão a existir diferenças entre os gêneros além de um cromossomo X ou Y. A mulher ainda pode ser sensível, romântica, independente, forte, assim como o homem também o pode, quando desejarem ser. São sentimentos e comportamentos humanos normais, bem ao senso comum. A luta talvez se encaminhe em torno da ultrapassagem do seguinte preconceito: de que cada um tem a sua função e que não cabe a eles mudar.

O conformismo talvez seja o principal adversário para que a tão dita “igualdade” seja conquistada, para ambos os lados.

Fonte: http://www.recantodasletras.com.br/resenhas/275468

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